Sem lugares marcados

Hoje passei na zona do Quarteto, em direcção ao King. Espreitei. Mantém-se lá, fechado, mas como se fosse reabrir naquela sua eterna força decadente depois de amanhã. Não foi transformado em Banco, nem numa Loja dos trezentos, nem em Pastelaria fina de confecção própria, nem sequer na Loja da Pipinha - decoração de interiores.

De repente vi-me, daqui a alguns anos, a ter saudades do King, oásis onde ainda se vêem filmes como «o Segredo de um cuscus» ou «Aquele querido mês de Agosto» ou, ou, ou....como senti, naquele momento, do inolvidável cheiro a carruagem de segunda classe da linha do Estoril das salas do Quarteto - e para as quais até os bilhetes eram idênticos aos que se compravam para viajar nos comboio dessa linha e, como eles, também não davam direito a lugares marcados....

Será que há já um museu de cinema em Portugal?! Ignoro. Se não, proporia que o fizessem ali. Mas também que guardassem aquele odor numa caixa de abertura fácil apenas para quem mantivesse a nostalgia dos bons velhos tempos do Quarteto.

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