Gargalhada de Outono
Seguia pela Avª da Índia, na zona frente ao Palácio de Belém. A pensar na vida, simplesmente na vida. Seguia devagar, no trânsito das nove da manhã de sexta-feira, agravado pelas obras no viaduto da Avª de Brasília.
Na direcção inversa, com circulação bem mais rápida, vislumbrei uma carrinha comercial branca, banal, com um homem e uma mulher de meia idade, igualmente comuns, sentados nos bancos da frente. Percebi de relance que ele tinha acabado de dizer qualquer coisa que a fez soltar um gargalhada provavelmente trinada e tão saborosa, que a mim própria me fez sorrir e ficar de bem com a vida. Perdi-os em meio segundo.
Misteriosamente, aquela gargalhada despertou-me os sentidos. As cores do Outono, que já estariam aí há uns tempos sem que tivesse dado conta, sobressaíram, de repente, dos jardins de Belém, com os seus verdes-amarelos, vermelhos outono, por entre perenes verdes retintos...
Deixara havia pouco de chover e o sol mergulhava na água das folhas.
De então para cá, ando de nariz no ar, qual José A. Barreto com os seus jacarandás, armazenando memórias das múltiplas cores das árvores do Outono de Lisboa, para melhor conseguir passar, sem elas, o Inverno que se aproxima.
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1 comentário:
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Tem sempre umas árvores, umas cores, umas fotos que nos apelam à poesia e nos dispõem. :-)
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