Sem emenda

Recomeçaram as aulas.

O Têzinho está no sétimo ano e sem aulas de matemática desde o início do ano (parece que teve hoje a primeira com uma professora provisória, seja lá o que for que isso queira dizer).

A questão foi levantada, obviamente, na reunião da Directora de Turma com os encarregados de educação. Admitiu: inadmissível. O que há a fazer? Nada, o Ministério é que coloca os professores e o que foi colocado ficou doente. Portanto, há que esperar que seja colocado outro. Paciência (sic).

Pergunta lógica, nos tempos cada vez mais exigentes que correm: e o que é que a Escola pretende fazer para compensar os alunos destes dias e dias de aulas perdididos, de uma disciplina essencial à sua formação académica, sendo certo que no 9º ano os exames nacionais não se atém aos alunos que tiveram mais ou menos aulas?
Resposta: Nada, a professora vai ter que dar a matéria toda...só que mais depressa (sic).

E aulas complementares? Não nem pensar, não há professores para isso. (Hum...)

E as aulas de substituição? Ah, essas não são aulas. São formas de ocupar os miúdos, para que não andem a correr pelos recreios. E que tal fazer-se um plano de estudos, para que, já que têm de estar dentro das aulas, ao menos aprendam alguma coisa, sobretudo estes alunos que não têm aulas de uma disciplina importante semanas a fio?

Resposta: eles têm um horário muito sobrecarregado. Todos gostávamos de ter furos quando éramos alunos, porquê retirar isso aos miúdos de hoje? (Hum...sim, claro, se antes se fazia mal, por que razão fazer agora bem, afinal de contas?!)

Calei-me. Não tive, nem tenho nada para dizer a uma professora que ensina, hoje em dia, como se o paradigma fosse o de há trinta anos atrás (e não é, até porque as aulas então tinham a duração de 45 m e agora têm de 90 m, logo os furos são pelo correspondente período de tempo)? Paradigma esse, aliás, que, como sabemos, já não era nada bom à data: o ranking da OCDE sempre demonstrou isso mesmo, e já estamos a pagar essa factura a nível económico-financeiro.

Continuamos, todavia, neste despreocupado «no passa nada».

2 comentários:

Gi disse...

Impressionante, Antuérpia. Será assim em todas as escolas públicas?

antuérpia disse...

Espero que não, Gi...mas queres saber? Até nem está mal classificada nos rankings. O que só prova que os rankings não servem para muito, não é?