Emigrar é um direito, não um dever
Se os professores "excedentários" ou quaisquer outros profissionais portugueses se virem, face à actual conjuntura, na contingência de emigrar, esse é um direito que lhes assiste. Há que lamentar, desejar-lhes boa sorte e esperar que rapidamente as condições de vida em Portugal melhorem, para que regressem depressa.
Mas, entenda-mo-nos: emigrar é um direito dos cidadãos, não um dever.
Pedro Passos Coelho não pode aconselhar os seus concidadãos a emigrarem, como o fez hoje, pela simples razão de que a última coisa que um Primeiro-Ministro de qualquer país pode desejar - e muito menos exprimir - é que os nacionais do país do qual recebeu um mandato para governar, e a quem tem o dever de proporcionar as melhores condições de vida possíveis, saiam ou vejam sair os seus filhos, por aí não poderem viver com dignidade.
Como não é a primeira vez que é dita coisa idêntica por um membro do Governo, há alguma forma de ler este "conselho" que não seja a de se querer transformar, habilmente, o direito de emigrar num dever de emigrar? Era o que nos faltava, de facto.
A mala-pata de Portugal, hoje como sempre, não são as crises, mas a absoluta falta de senso, maturidade e ética dos nossos políticos. É tão triste.
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