Em legítima defesa dos vegetais portugueses
Sábado ao fim da manhã. Brócolos já amarelados no mercado. À medida que avançava pelas bancas, as vendedoras justificavam-se, dizendo que os dias íam secos. A quarta com quem comentei o assunto foi mais específica:
-Oh, minha senhora, o que quer? Não chove... (e em tom de cumplicidade)...e, sabe, são portugueses, não lhes põem químicos...
Ora ali estava uma vendedora que sabia agir em legítima defesa dos vegetais portugueses. Se não era verdade, podíamos as duas fingir que era. Atribui-lhe, portanto, o prémio do marketing "compre português", e trouxe os brócolos que, mergulhados em água fresca como me aconselhou, ficaram de facto com melhor aspecto.
Ainda lhe trouxe o resto dos figos também de origem portuguesa já muito escolhidos e enfezados, mas deliciosos que, tal como os brócolos, apenas aguardavam a compradora mais manipulável do mundo.
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