Queres sempre ficar com tudo
Estavam a separar-se.
Discutiam tudo, tudo, até para quem ficaria a propriedade do raio de sol
que, pela manhã, pintava o quarto de luz.
- Incindia sempre primeiro em mim.
- Mas detinha-se em mim por muito mais tempo, depois.
-Troco pelo fresco da noite no terraço, que troquei pela brisa da janela da cozinha.
- De que te valia? Tu nunca estavas na cozinha. Sempre na sala a beber. O que tu bebes!
A brisa é minha. O raio de sol também.
- Queres sempre ficar com tudo.
- Não é argumento. Ficas com a casa. Para mim, fica
o raio de sol,
o fresco da noite,
e a brisa da janela da cozinha.
- Vês? Queres sempre ficar com tudo.
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