Anda tudo preocupado que temos funcionários públicos a mais. Desculpem. O que temos são funcionários públicos que trabalham -alguns muito, mesmo- e outros que não fazem nada. Pelo que a média de produtividade na Função Pública (FP) é sempre pouco mais do que miserável. Há gente, a quem o Estado paga, muito ou pouco, mas que evita trabalhar.
Porquê que isto acontece?
Na minha opinião, por várias ordens de razões:
a) os chefes indiferentes - não se pode ser chefe de funcionários públicos. Um chefe, na Administração Pública organiza pouco, motiva ainda menos os funcionários e, sobretudo, evita punir...que não está lá para isso.
b) o nacional porreirismo - o meu colega do lado é sempre muito incompetente, prejudicando até o meu trabalho, até ao momento em que alguém decide que é tempo de parar com isso, e abrir-lhe um processo disciplinar. Nessa altura, esse colega passa a ser um injustiçado, um desgraçado, perseguído...vejam lá o que lhe estão a fazer!!!
c) a retribuição igual para qualidade de trabalho diferente - integra-se no espírito do conteúdo da alínea anterior, mas pode ser autonomizado: eu trabalho muito, ele não trabalha nada, ganhamos o mesmo....mas o sistema é assim e a verdade é que o dinheiro que ele ganha não me sai do bolso.
d) o fazer o mínimo possível - se faço muito, dão-me mais que fazer e não me pagam para fazer mais do que faço. Meço, por isso, cuidadosamente o conteúdo funcional da minha carreira e não deixo que me enganem. Contrataram-me para pôr clips, não agrafes. Pois só coloco clips.
e) a inveja - pois claro que o Contretras foi promovido...amigo do chefe, pois já se sabe. Sim, até é trabalhador, mas não mais do que eu. Eu até vi umas coisas que ele fez....
E não há alterações nenhumas de carreiras da FP que não embatam eternmente nestes incontornáveis entendimentos do que deve ser um emprego e as respectivas relações de trabalho.
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