De perto, ninguém é normal

Há uns tempo ouvi, de uma brasileira, uma frase que, ainda que perca um pouco de graça sem a pronúncia vogalizada com que foi proferida é, de facto, tão surpreendente como certeira: «De perto, ninguém é normal».
Ontem, por diversas vezes vezes me ocorreram aquelas palavras. Entramos num local de trabalho e, de início, quando somos apresentados a uma e a outra e a outra pessoa, inconscientemente, estamos a prestar tributo ao princípio do in dubio pro reu. Alguns dias depois, às vezes meses, outras, anos, melhor conhecidas as formiguinhas trabalhadoras (ou menos trabalhadoras), que convivem diariamente no formigueiro, essa áurea de normalidade inevitavelmente desvanece-se.
Mas o fascinante desta frase, para mim, é que deixa em aberto a questão sobre se isso será bom ou mau.

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