De mergulho na Escola Pública V

Revejo, algo curiosa, o primeiro teste de Língua Portuguesa do 5º ano do meu filho, no seu primeiro ano de Escola pública.

Passava pela análise de um texto adaptado de um livro de Ilse Losa. Contava a história de um periquito, Pepe, que vivia na casa de dois velhotes e que dizia algumas frases soltas, do tipo: Bom dia ; um quartilho, se faz favor; ai a minha cabeça e Teodoro, a sopa fica fria!

A certa altura podia ler-se:

«(...) Por vezes o periquito palrava tudo o que sabia de uma só vez. Ficava um arrazoado assim: «Bom dia! Um quartilho, se faz favor. Ai a minha cabeça! Teodoro, a sopa fica fria!».

Pergunta do teste: «Transcreve a frase mais complicada que o Pepe conseguia dizer».

Resposta do puto: «Teodoro, a sopa fica fria!»

Por cima da resposta uma grande cruz a vermelho: Errado.

Errado?! Reli a pergunta, fui ao texto, reli a resposta, fiz essa sequência duas ou três vezes. Confirmei em duas gramáticas se a falha era minha.

Por fim, perguntei, incrédula, se tinham feito a correcção do teste. Que sim.

A resposta correcta seria, então: «Bom dia! Um quartilho, se faz favor. Ai a minha cabeça! Teodoro, a sopa fica fria!».

Como?! (enfureço-me com pouco, admito; já antecipo que no fim do ano lectivo vá achar este texto post ridículo). No teste pede-se a frase, a f-r-a-s-e, não um conjunto de frases, uma arrazoado!!!

Pois...diz o puto, meio encolhido. Eu e o M. dissemos-lhe...mas ela insistiu que aquela era a resposta correcta.

Lembrei-me que ele a incluíra no grupo das que diziam «vistes» e «ouvistes», do qual, aliás, só escapava a Professora de História...

«Vistes»?

Está visto.