«Nunca mais viríamos a andar assim. Quando regressámos a casa, a Oslo, ela [a mãe] recaíra no seu próprio peso e foi assim que permaneceu durante o resto da vida. Mas naquele dia em Karlstad caminhámos de braço dado pela rua abaixo. O meu fato novo assentava-me ao de leve e movia-se a cada passo que eu dava. O vento ainda soprava frio entre as casa junto ao rio, e sentia a mão inchada e dorida onde os pregos tinham perfurado a pele quando a apertava com muita força, mas naquele momento, apesar de tudo, sentia-me bem. O fato era óptimo, e a cidade era um sítio agradável por onde andar, ao longo da rua empedrada, e nós é que decidimos quando nos magoamos.»
São nove horas da noite, nem dei pelo tempo passar. Acabei, meio inebriada, «Cavalos Roubados» e corro a aquecer uma sopa para mim e para o petiz que, entretido com a sua playstation (depois de ter lido, praticamente à força, apenas um capítulo de «O Planeta branco», de MST), reafirma a sua falta de fome, ao mesmo tempo que revira os olhos de admiração: como é que a mãe consegue ler isso tudo? (o livro não atinge as 300 páginas).
Enfim...nós é que decidimos quando nos magoamos. Terei de tentar aliviar. Respondo simplesmente: - Gosto de ler.
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