As autoridades francesas estão a expulsar estrangeiros, entre eles búlgaros e romenos que já vivem em França há uns anos.
A técnica de transformação de uma «expulsão» em «saída voluntária» é um achado: um homem, com ar de ter outra actividade que não a de sério funcionário da Câmara Municipal, oferece €300 por adulto e €150 por criança, em nome do Estado francês, bem como um bilhete de ida, de autocarro, sem regresso aos respectivos países.
Não sei se fiquei mais perplexa pela forma como Estado francês assim fazia arrastar o seu bom nome pela lama, se com a facilidade e ingenuidade dos que se deixavam convencer pelo tipo seboso que se prestava àquele trabalho sujo.
Mais cedo ou mais tarde, a França estaria a estourar de tanta generosidade, até a subir a parada (€1000?) e a «expulsar» mais meia dúzia de romenos e búlgaros, cujos países, por acaso, e só por acaso, integram a União Europeia desde Janeiro de 2007? Vitória, vitória!
Via a reportagem fora de horas (ai, não quero falhar, mas acho que foi no «Toda a verdade») pasma da vida e nem querendo concretizar as mil questões que me baralhavam a alma, enquanto o jornalista, perversamente, preparava o grand finale: alguns romenos já tinham aceite o dinheiro, partido e depois regressado.
Quase larguei uma gargalhada. Há coisas que não mudam mesmo: a União Europeia, os franceses, os romenos...e eu, com todas as minhas eternas/inocentes perplexidades sobre cada um deles em particular e sobre a natureza humana em geral.
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