Um país entre parêntesis (e com asterisco)

A minha amiga nem queria crer. No Centro de Saúde, à frente dela, um senhor acabara de ser esclarecido, pela funcionária do atendimento com quem decidira confirmar - pelo sim, pelo não - se sempre teria lugar a consulta que marcara via net, para a semana seguinte, que era mesmo «pelo não».
- Não?!
- Nesse dia, o médico vai estar num Congresso.
- Mas, então, como é que eu consegui marcar a consulta?
- Porque o sistema informático não assume esse tipo de situações...nem isso, nem as férias, nem as licenças...
O utente encolheu os ombros e, aparentemente resignado, marcou para outro dia.
Chegada a sua vez, a minha amiga decidiu comentar com a funcionária que, se fosse com ela, teria lavrado uma reclamação no Livro Amarelo.
- E faria muito bem. Isto é inacreditável. É que assim aquele sistema não serve para nada.
- Pois, devia ser mudado e rapidamente.
- Claro. E até era simples: bastaria que no formulário colocassem um asterisco, indicando que o sistema não assume os dias em que os médicos, por causa dos congressos, férias e licenças não estão a dar consultas...

3 comentários:

Helena Araújo disse...

A funcionária que me desculpe, mas acho essa solução demasiado simplista. Que diabo, estamos no século XXI! Têm obrigação de fazer bem melhor.

Sugiro que façam com alíneas, a, b, e c:
a) este sistema não assume saídas para congressos
b) este sistema não assume baixas do médico por doença
c) este sistema não assume férias do médico

antuérpia disse...

Permito-me discordar, caríssima Helena. A funcionária tinha razão: um só asterisco bastaria. Afinal, queremos Simplex, ou não? ;))

Os sistemas informáticos dos serviços públicos portugueses devem ser os únicos do mundo pretensamente desenvolvido, que funcionam na sua «versão amanuense».E os portugueses o único povo que acha isso normal.

io disse...

Tudo tão absurdo, tão absurdo que custa a acreditar que se esteja a passar num país real. A não ser que ...