Mãos ao ar: isto é a nova gramática!
No post anterior não resisti a transcrever a crónica de Teolinda Gersão que Portugal comenta. Para quem tenha ficado arrepiado e/ou curioso, aconselho vivamente a "Gramática da Língua Portuguesa", dirigida por Maria Raquel Delgado-Martins, da Editorial Caminho.
Foi inicialmente publicada em 1983, e a edição que possuo data de 2003.
Todos os calvários começam não se sabe bem onde, nem muito bem por que motivo. Através desta obra percebe-se vagamente onde começou o da nova gramática da língua portuguesa e, com exemplos como os constantes do texto de Teolinda Gersão, exactamente onde acabou: nas gramáticas escolares, que são hoje esforçadamente ensinadas às crianças portuguesas.
Fico-me pela inenarrável classificação "verbos principais" ali proposta, e dou até um dos exemplo avançados para cada categoria, que não sou de intrigas:
- Verbos ditransitivos (Ex: O João deu um livro ao Pedro).
- Verbos transitivos de três lugares (Ex: Ele partilhou o almoço com os amigos).
- Verbos transitivos-predicativos (Ex: O ministro nomeou um dos assessores secretário de estado).
- Verbos transitivos (Ex: o Pedro adorou o teu presente) [** um clássico desinteressante a estragar tudo!]
- Verbos de dois lugares com um argumento interno objecto indirecto (Ex: A exposição agradou aos críticos).
- Verbos de dois lugares com um argumento interno oblíquo (Ex: O presidente assistiu à final da Taça de Portugal).
- Verbos inergativos (Ex: O bebé espirrou).
- Verbos inacusativos (Ex: A vítima do acidente desmaiou).
- Verbos de zero lugares (Ex. Neva há uma semana).
À atenção do Senhor Ministro da Educação. Nem precisa de o comprar: eu empresto-lho, porque não o quero para nada. E só não lho ofereço, no receio de V. Exª insistir em manter esta gramática nos programas de língua portuguesa, e me sentir obrigada a descodificá-la para o meu filho pelo menos passar nos testes.
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