Rascunhos breves da semana


1.Os médicos fizeram greve e, pela primeira vez, tirei-lhes o chapéu: arrogância com arrogância se paga. O Serviço Nacional de Saúde merece que os médicos percam uns dias de salário para que sobreviva, por muito que nas greves não haja causas exclusivamente inocentes.

2. Afinal sempre é inconstitucional retirar subsídios apenas aos funcionários públicos. Um pormenor jurídico que consola o Estado de direito, mas que é económica e financeiramente irrelevante: de uma forma ou de outra, é irreversível, a sociedade portuguesa está a empobrecer.

3. A TAP vai ser mesmo privatizada mas confesso, confessadinho, que é o único anel que gostaria de não ver ir. Portugal merecia pelo menos uma empresa com o nível de excelência da TAP.

4. Cada vez há mais professores no desemprego e turmas maiores, mas os exames são mais exigentes. Cada vez temos de produzir mais e melhor, o que obrigaria  a ter profissionais mais qualificados, mas cada vez nos esforçamos menos para lhes dar condições para trabalharem em Portugal ...esquizofrenia, ou mau-olhado lançado pelos pobres de espírito que governaram e governam Portugal dos últimos 30 anos para cá?

5. Depois do caso Relvas, um nome com Dr. atrás tornou-se risível. Bem vistas as coisas, já era tempo de acabar com esse provincianismo.

6. Rui Vilar disse esta semana em entrevista ao Jornal de Negócios, a propósito da crise económica mundial: "Estamos sem ferramentas teóricas que nos ajudem a resolver a situação".

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