O desemprego não é só uma taxa
"O desemprego em 2013 atingirá presumivelmente 16,4%", disso ontem o Ministro Vítor Gaspar (e nem vou discutir números, que estes já são suficientemente maus).
Traduzindo o óbvio desta estatística naquela parte que doi: se tivermos 100 pessoas que nos são relativamente próximas, entre familiares, amigos ou conhecidos, cerca de 16 estarão desempregados no ano que vem. Se tivermos 50, oito estarão sem emprego. Se forem 25, ainda assim quatro não têm como ganhar a vida. Se estreitarmos o círculo a cerca de metade, 12, são dois os que não têm como se abrigar, alimentar ou sustentar os filhos, sem humilhantemente recorrerem, primeiro ao Estado, e depois à caridade de familiares, amigos ou estranhos.
E quando estes, por um qualquer bambúrrio, acabarem por encontrar emprego, nem que seja no estrangeiro (e salve-nos esse "estrangeiro" se conseguir), as estatísticas dirão que de imediato teremos outros tantos em iguais circunstâncias. E pode calhar mesmo a vez de sermos nós um dos desempregadas do círculo de familiares, amigos ou conhecidos de qualquer das pessoas do nosso próprio círculo de familiares, conhecidos ou amigos....
O desemprego para a estatística mede-se através de uma taxa. Na vida real, em "sangue, suor e lágrimas".
É um beco sem saída? Não! É apenas um beco aparentemente sem saída. Os políticos não sabem como sair dele? Como dizia Helena Roseta ontem, creio que não a propósito do desemprego, mas vale na mesma, "inventem"!
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