É em momentos como o que estou agora a passar que me pergunto como é que é possível viver sem amigos.
Certas amizades, se amizades mesmo (portos de abrigo, na feliz expressão de uma amiga especialíiissima) são praticamente uma muralha de aço. Resistem ao irresistível, amparam o que desfalece, reparam o irreparável, cuidam como um jardineiro do seu jardim.
Não toleram modas, nem zappings, mas aceitam dislates e fraquezas, relevando o que vêem. Não sofrem crises dos vinte, trinta, quarenta, oitenta. Preparam omeletes quase sem ovos e, na sua companhia, um bom vinho até pode ser coca-cola.
A sua medida é, exactamente, sem medida. O seu endereço logo ali.
São um triângulo, ou um quadrado, um círculo ou tudo isso e nada disso.
Sabem inevitavelmente a algodão doce seguido de um copo de água fresca.
Estão sempre para sempre.
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